Viagens de ônibus sempre me servem para refletir sobre a minha vida, como sou uma pessoa ligada em 220V e não consigo ficar parado no lugar, dentro de um ônibus não tenho escolha. Viajo nas idéias, pensamentos, no passado e até ouso imaginar o futuro.
Foi o que fiz no último fim de semana. Talvez a conclusão que cheguei não tenha sido a mais fácil de aceitar, mas não da pra fugir da verdade por muito tempo.
Passei uma vida inteira repelindo pessoas, tentando agradar outras, que mais tarde descobri que não mereciam afinal amigo verdadeiro não se conquista agradando, amizade verdadeira surge naturalmente.
Na sexta-feira (dia dos namorados) refleti muito sobre por que continuo sozinho... sobre por que as duas chances de dar certo que tive acabaram de forma tão triste. Conclusão: no primeiro caso foi ciúme e medo de arriscar, medo do que os outros hipócritas e preconceituosos que nunca me estenderam a mão, iriam achar... no segundo caso foi ciúme, distância, e talvez amor demais, coloquei minha felicidade ou infelicidade como sendo culpa da outra pessoa....imaturidade, já que o único responsável por eu ser feliz ou infeliz sou eu mesmo, ninguém faz escolhas por mim.
Mas no fim de tudo vi que foram muito importantes pra mim e que no fundo deixei algum sentimento bom no fundo de seus corações. E tenho orgulho por terem passado por minha vida.
Mas não nego:me assusta o fato de não ter feito muitos amigos, me assusta o fato de ter magoado pessoas, me assusta o fato de não ter tido pais compreensivos e uma família presente,me assusta minha melancolia, me assusta mina carência exagerada, me assusta não ter despertado amor em ninguém, me assusta o fato de me sentir sozinho e sem rumo certo.
O que vou fazer? Não sei... Só sei que ter pena de mim mesmo não vai ajudar, afinal a vida não é fácil pra ninguém...então me resta procurar um conceito de felicidade, criar objetivos e lutar em busca deles.
Na sexta fiquei muito feliz por ver que um amigo especial conseguiu atingir um objetivo, e me senti imensamente feliz por vê-lo feliz. Tive um pouco de esperança de que com calma, perseverança, é possível achar a tal "felicidade".
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