terça-feira, 17 de maio de 2011

STOP Homofobia


17 de maio Dia Internacional contra a Homofobia , data que lembra a exclusão da Homossexualidade da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde da Organização Mundial da Saúde em 17 de maio de 1990, oficialmente declarada em 1992.

Acompanhando os comentários sobre a votação do STF a algumas semanas atrás( em chat's e blogs) fica evidenciado o quanto o país é discriminatório.

Sendo que o poder "político" não fez sua parte, uma vez que lhe custaria preciosos votos, coube ao STF ser coerente.

Em um país que luta pela distribuição de renda, entretanto não vê com bons olhos o direito de ir e vir do próximo, resta sonhar com uma alteridade...distante, diga-se de passagem. Fato bem claro na “guerra santa” que se instalou no congresso contra o PL 122.

Aliás, voltando a votação do STF, algumas frases que chamaram a atenção e merecem ser lembradas:

Ministra Ellen Gracie: “Uma sociedade decente é uma sociedade que não humilha seus integrantes”.

Ministro Celso de Mello: “Ninguém pode ser privado de seus direitos políticos e jurídicos por conta de sua orientação sexual.”

Ministro Marco Aurélio de Mello: “O Brasil está vencendo a luta contra o preconceito. Isto significa fortalecer o Estado democrático de Direito.”

Ministro Gilmar Mendes: “Diante de um texto Constitucional aberto, que evolui, está na hora de tomar uma posição.”

Ministro Joaquim Barbosa: “Cumpre a esta Corte buscar impedir o sufocamento e o desprezo das minorias por conta das maiorias estabelecidas”.

Ministro Ricardo Lewandowski: “O Estado precisa colocar sob seu amparo as famílias homoafetivas, conferindo-lhes os mesmos direitos da união estável heterossexual”.

Ministra Cármen Lúcia: “Pluralismo tem que ser social para se expressar no plano político. E os cidadãos precisam ser livres para que tenham uma sociedade plural”.

Ministro Luiz Fux: “É hora da travessia. Se não ousarmos fazê-la, ficaremos para a eternidade à margem de nós mesmos”.

Ministro Ayres Britto: “Aqui é o reino é da igualdade absoluta, pois não se pode alegar que os heterafetivos perdem se os homoafetivos ganham. Essa dedução, essa conclusão, não se coloca”.

Referencial:

Twitter STF e Wikipedia

Etnografia do velório - Parte Final "sutil" até na morte


Nos velórios tradicionais onde o defunto pertence a uma comunidade é está em dia com sua contribuição anual a mesma, o velório tem teoricamente a função de cumprir o sagrado dever de solidariedade, oferecendo conforto à família enlutada.

Analisando o ambiente do velório percebo que se trata muito mais de um ato de socialização do que de conforto espiritual, ou seja, mais uma presença física em função de costumes e assim ignorando o sentimento e compostura espiritual. Fato este é evidenciado em função do barulho na sala onde se realiza o velório. Barulho este formado por grupos de conversa onde os assuntos são variados, desde fatos do cotidiano, quanto a um resumo da vida do defunto (muitas vezes tentando desqualificar o mesmo), como também a causa da morte.

O velório que em tese está ligado a um sentimento de profunda tristeza, nesta análise se caracterizou como uma reunião social, onde velhos amigos se reencontram, como o ensejo de conversar. Durante o dia o velório é freqüentado em sua maioria por senhoras idosas e aposentados, ao meio dia por pessoas que aproveitam a folga referente ao horário de almoço no trabalho para cumprir sua obrigação social. Já à noite o velório e freqüentado por casais, onde após visita ao caixão o homem tende a dirigir-se para fora do recinto para encontrar outros indivíduos do sexo masculino, enquanto as mulheres sentam-se em grupos no próprio recinto, com o intuito de conversar.

Os homens tendem a contar piadas, falar de futebol e mulheres. Já as mulheres tendem a falar sobre as vestimentas, alguma fofoca ou ganho de peso das demais. Fato é que ninguém se dá ao trabalho sequer de reduzir o volume da voz, principalmente ao aproximar-se o horário do sepultamento, quando o recinto acolhe maior número de pessoas.

Ao aproximar-se o sepultamento é tradição o pastor ou padre realizar uma homenagem ao falecido, sendo que a duração desta está diretamente ligada ao status que o falecido apresenta perante a cidade. Durante o discurso são elencados os feitos e contribuições do mesmo em relação à comunidade, como também citados os nomes dos familiares enlutados. Na cerimônia o falecido é lembrado com palavras elogiosas, já que as reminiscências e aspectos negativos de seu comportamento já foram devidamente debatidos pela comunidade com chistes e fofocas durante o velório, fato este anteriormente citado. Durante esta celebração são entoadas canções por parte do coral da cidade. Coral este que cobra uma anuidade, caso contrário não haverá coro na cerimônia.

O número de pessoas que freqüenta o velório é usado como indicador da popularidade do falecido, sendo este fato comentado no dia posterior ao velório. Fato este ocorrido nos dois velórios observados onde em um comentou-se: "Que velório bonito! Quanta gente!", já no outro referente a um individuo menos conhecido o comentário foi "Que tristeza! Velório vazio” Fato que me surpreendeu foi de um comentário de uma senhora referente às lágrimas derramadas pelo viúvo, sendo que esta as considerou insuficientes e também o modelo do caixão, o qual caracterizou como simples demais.

Outros indicadores de popularidade dizem respeito à quantidade de flores depositadas junto ao caixão e o número de coroas que o mesmo recebeu. As coroas geralmente são oferecidas por familiares, empresas e entidades da cidade, tudo de acordo com a popularidade do falecido.

Hábito observado na pesquisa de
campo foi da assinatura de um livro de presença, onde algumas pessoas entrevistadas durante o estudo dizem que é um hábito corriqueiro, outras revelam que familiares do falecido identificam por meio deste , pessoas que não compareceram a cerimônia (velório).