Nessa semana a mídia explorou o drama de infância vivido pelo humorista Carlinhos (ex integrante da turma do Pânico, expondo uma realidade muitas vezes camuflada pela sociedade.
Aos quatro anos de idade, o menino fugiu de casa junto com seus irmãos, para não precisar mais apanhar dos pais. Morou um ano nas ruas e de lá foi para a FEBEM.
Da FEBEM, passou por um abrigo de crianças, quando surgiu à oportunidade de virar office-boy na Jovem Pan. Carlinhos tinha 14 anos na época e encantava o pessoal da rádio com suas imitações. Não demorou muito para que, já crescido, conquistasse um espaço como humorista de TV.
Tudo isso me fez lembrar da tortura psicológica que é ouvir seu pai ofendendo sua mãe e você durante noites, fazendo com que você perca o sono dia após dia. De como é complicado ouvir sua mãe chorando após ser agredida e acabar se anulando ano após ano até se tornar um fantasma, que pra castigá-lo passa a torrar seu dinheiro. Produzindo um ciclo sem fim de brigas e agressões sejam físicas ou verbais.
As conseqüências que isso causa ninguém têm o direito de julgar ou quantificar, uma vez que só quem passou ou passa é capaz de entender o turbilhão de sentimentos que surgem e dificilmente o tempo apagará.
Vale lembrar que é na infância que o ser humano desenvolve-se psicologicamente, causando mudanças no comportamento e na aquisição das bases de sua personalidade.
Estudos mostram que traumas de infância em boa parte são responsáveis por depressões na fase adulta. Tema este, bastante divergente na área psiquiátrica.
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