quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
11
11 de fevereiro
Um dia marcante. Foi em um 11 de fevereiro que o rapaz conheceu o céu e o inferno ao mesmo tempo, mas foi também o dia em que aprendeu que por mais que você tenha obedecido as regras que lhe foram impostas , chega um dia que você vai bater de frente com essas convicções e conceitos, e sair da bolha em que você se escondia até então.
Uma pequena história:
Voltava o rapaz feliz para casa, afinal de contas havia passado o final de semana com seu grande amor, uma relação escondida é bem verdade. Chegando em casa se depara com um daqueles intermináveis almoços de família, resolve então descarregar a máquina fotográfica no computador , esquecendo que a proteção de tela consistia na pasta “minhas imagens” Não deu outra, ao ter a privacidade de seu quarto invadida, ocorre o que ele menos queria, sua vida pessoal exposta a todos, sua intimidade , suas escolhas, sua realidade exposta a família.
A família ao se deparar com os fatos, cobra o imediato fim dessa relação, considerada abominável. Sentindo-se chantageado em ter de escolher entre o grande amor da sua vida , (ou o que pensava ser naquela época), e permanecer naquela bolha de comodidade. É a primeira vez que o rapaz, criado para ser politicamente correto aos olhos de uma sociedade (cidade pequena de colonização alemã de cultura e conceitos que não devem ter se modificado desde a emigração), assim sendo o rapaz teve de se posicionar frente a vida.
Assim ele contou ao progenitor a verdade, com pena de ser expulso de casa. O progenitor como forma de se vingar expos os fatos aos amigos e as pessoas de convívio no local de trabalho de ambos, e assim em menos de uma semana ele passou a ser o assunto da pacata cidade que cujos moradores sempre tiveram fama de ocupar seu tempo livre falando da vida alheia e julgando os transgressores no maior estilo tribunal da inquisição.
O final da história náo é daqueles de novela nem filme. Naquelas voltas que o destino dá, tendo em vista que a outra parte da relação não “poderia” expor a sua família e como o amor que este sentia não era tão forte assim (ou talvez nem tenha sido amor), ambos continuaram se encontrando as escondidas até que a segunda parte da relação encontrou alguém considerado menos complicado, restando ao protagonista da história a lição de que o céu e o inferno podem ser mais próximos do que se imagina, mas aprendeu também que opinião e liberdade não tem preço e tiram o peso de viver num mundo fútil de faz de conta.
Como diz a música “Se eu chorei ou se eu sofri, o importante é que emoções eu vivi”.
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ResponderExcluirFazendo a primeira visitinha por aqui...
Ente o céu e o inferno há muitos mistérios. Há também a ignorância, o “ignorar os fatos”. Ignorar a verdade, preferindo o conto de fadas, o “politicamente correto”, mesmo que custe a dor de perceber alguém que muito estima (um filho, por exemplo) permanecer um “não-ele”. Isso é terrível. No entanto, é parte do enredo de muitas histórias. Conheço tantas. A mais recente foi de dois amigos (um casal), fugindo aqui para o Rio em razão dos pais terem sentenciado a relação abominável. Puro literalismo de uma exegese rasa nos conceitos religiosos daquela família. Pré-conceito. Não-amor. Sim, pois quem de fato ama, acolhe (mesmo sem entender os porquês, apenas acolhe porque não sabe fazer outra coisa senão o Bem que aproxima e edifica).
Espero que o caminhar dos fatos conduza o protagonista para um crescimento inigualável, reconhecendo que mil vezes melhor será ser um você-você a um não-você. Não há culpados. Há indivíduos e suas histórias. “Escolha”? Não, nem tudo se escolhe: pele, olhos, sangue e tudo o que for constituição do ser, a obra-prima que nos forma. Obra-prima. É bom que não nos esqueçamos disso!
Bem, por hoje, as palavras já são suficientes.
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Tambem na minha primeira visita ao seu mundo.
ResponderExcluirDiz a verdade, é um alivio quando falamos a verdade, como somos nós mesmos não?!?
Entre altos e baixos, esta é a vida infelizmente... e eh com esta inconstancia que crescemos como seres humanos e aprendemos a ver que o mundo não é tão cor-de-rosa quanto parece.
E hoje como andam as coisas na sua vida?
abs